"O contacto com escritores e críticos de uma Argélia ainda subsidiária da cultura colonial, mas vivendo a hora do anti-colonialismo militante, foi para mim muito elucidativa: lembro-me por exemplo, do poeta francês Jean Sénac, ou de tantos como ele, desgarrados entre a sua adesão à causa da independência e a liberdade que lhes começava a ser coartada pelos novos senhores no poder. A tal ponto que alguns se tornaram exilados do interior, enquanto outros, mesmo argelinos, como Kateb Yacine, tiveram de desterrar-se, à letra, por não aceitarem vergar-se às injunções ideológicas dominantes."
José Augusto Seabra
Antologia Pessoal vol. IV (2001) p.25