Mostrar mensagens com a etiqueta Jacqueline Arnaud. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jacqueline Arnaud. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sou um poeta

"Sou um poeta. Trata-se de uma inclinação irredutível e natural para a poesia, que me domina desde a tenra idade. Reconheço que existem pessoas que não colocam a poesia no centro de suas preocupações em matéria de literatura. Mas, para mim, não há dúvida, tudo começa pela poesia." 

Kateb Yacine 
France Observateur, citado por Jacqueline Arnaud em: Recherches sur la littérature maghrébine d’ expression française, le Cas de Kateb Yacine, Paris, L’Harmattan, 1982, publicado em 1984.
Trad. livre de Melissa Scanhola

sábado, 28 de setembro de 2013

Je suis un poète

“Je suis un poète. Il s’ agit d’ une inclinaison irreductible et naturelle à la poésie, qui m’ a possédé depuis que je suis très jeune. J’ admets qu’ il y ait des gens qui ne placent pas la poésie au centre de leur préoccupation en matière littéraire. Mais pour moi la question ne se pose pas, tout commence par la poésie ” 
Kateb Yacine
France Observateur, citado por Jacqueline Arnaud em: 
Recherches sur la littérature maghrébine d’ expression française, le Cas de Kateb Yacine, Paris, L’Harmattan, 1982, publicado em 1984.

sábado, 29 de junho de 2013

À primeira vista




Por Jacqueline Arnaud:

Acabava de estourar a insurreição no inverno de 1954-1955, depois dos motins marroquinos e tunisianos que começavam a incendiar a África. Eu e meus amigos acompanhávamos as notícias nos jornais, participávamos de reuniões e manifestações contra a guerra. Em nome do que ainda era para mim anti-racismo abstrato, baseado no anti-colonialismo fundamentado em fatos contados e vividos na Indochina por pessoas que admirava.  
Então, numa noite desse mesmo inverno, meus amigos me levaram ao Collège Philosophique onde acontecia uma conferência-debate reunindo vários escritores magrebinos: Albert Memmi, Driss Chraïbi, Kateb Yacine. Este último, desconhecido fora de uma pequena roda, entusiasmado com o romance que acabava de escrever, Nedjma, falava alto, especialmente de um típico colono, o personagem Sr. Ricardo, como sendo vítima do sistema que o fazia explorador, mais inquieto por compreendê-lo que condená-lo. Escutando Kateb, a gente tinha a sensação de que nada estava perdido, apesar do começo da guerra, de que tudo poderia se resolver. Pouco depois, num café, onde alguns amigos se reuniram após o debate, Kateb continuava a contar sobre o livro, extasiado por seu mundo interior, pelas criaturas que o possuíam [...]  Tive a impressão de que naquele dia um mundo surgia para mim, cuja estranheza me fascinava. Ele nos mantinha sob seu charme. Ainda vejo e escuto nitidamente Kateb, a pequena veia batendo nas suas têmporas, na embriaguez de seu discurso torrencial, se curvando e se sacudindo de rir:

“Então Si Mokhtar percorreu as ruas de Constantina com uma mordaça na boca: Vive la France, les Arabes silence.”   

Todo absurdo da guerra da Argélia que apenas começava estava contido nas suas palavras.

Jacqueline Arnaud

La littérature maghrébine de langue française, 1986 (vol. I, II)  – tradução livre.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O diagrama possível

Diagrama da narrativa de Nedjma, por Marc Gontard e Jacqueline Arnaud 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

28 de Outubro de 1989

"In that same period, early in March 1989, Kateb Yacine discovers that he his ill. He is in France, he left Paris where he had received the major French prize the year before. His youngest son, [Amazigh Kateb] an adolescent, is with him. He no longer enjoys spending time in Paris: his friend and hostes, the most warmly devoted Jacqueline Arnaud had died the previous winter, practically collapsing in the poet's arms as she served him tea. Yacine plans to settle in Provence to write which amounts to his turning his back on the Algerian land. (...) The 1st of November '89 came: early morning, Ali Zaamound rushed off to the Algiers airport. A special plane, sent by the Algerian authorities, was bringing the body of its greatest poet home. Kateb Yacine had died on the 28th of October in Grenoble of leukemia, which had conquered him in just six months.
Strange coincidence, a first cousin of Yacine's, Mustapha Kateb (who had been the inspiration for one of the heroes of Nedjma and who was a first rate theater organizer of a sort of theater worlds apart from the work of Yacine) had died on the 29th of October in a hospital in Marseilles. So the charter was bringing back the two bodies, cousins who hadn't spoken in years. On this final journey home, a woman in mourning had traveled with the bodies: another cousin, one whose beauty and aura, as a young girl, had been the muse for Kateb Yacine's heroine, the very real Nedjma whom the poet had loved as an adolescent, his first love from which he had never truly recovered (...)."

Assia Djebar
Algerian White (1995) pp.148-149.