domingo, 28 de outubro de 2012

FMA homenageia Kateb Yacine nos 23 anos da sua morte


Kateb Yacine será homenageado na 13ª. edição do Festival do Mundo Árabe de Monte Real. Mais informações aqui.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Isto já não é mais um país

"À asfixia de todo um povo, sofrimento e vergonha, junta-se a tragédia de todos e de cada um, isto já não é mais um país, é um orfanato."

Kateb Yacine

The denial of the African person’s humanity.

Antoine Roger Lokongo

"(...) why is Africa so important to France? [Xavier] Renou suggests three reasons: (1) Maintaining an international status independent of American and Chinese influences (the Soviet Union yesterday); (2) Securing a permanent access to strategic resources; (3) Benefiting from a monopolistic situation. To attain these objectives and maintain its power over its former colonies, France has to pursue a global policy that would be economic, political and cultural (Renou 2002). It is our firm belief that, in the 21st century, Africa does not need all these remnants frameworks of colonialism, call it Commonwealth, Francophonie, Lusophonie, and so on. (...) Having said that, we agree with Algerian writer Kateb Yacine who wrote that ‘La Francophonie is a neo-colonial political machine, which only perpetuates our alienation, but the usage of the French language does not mean that one is an agent of a foreign power; and I write in French to tell the French that I am not French’ (Djaout 1987, 9). Colonisation was not jut a ‘historical mistake’ as President François Hollande said in Dakar before heading to Kinshasa. It was the very denial of the African person’s humanity. (...)"

Antoine Roger Lokongo

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Heritage


"As Kateb [Yacine] said in a conference at the University of Algiers in 1967, Nedjma is a symbol for Algeria. Her complicated parentage represents Algeria's rich heritage (...) The four friends' obsession with Nedjma and their rivalry symbolize Algerians' love for their country, their conflicts, and their struggle to define themselves and to envision a future nation."

Abdelkader Aoudjit
The Algerian Novel and Colonial Discourse,
Francophone Cultures and Literatures (2010) p. 22

No 23º aniversário da sua morte


O Ministério da Cultura argelino e a Maison de la Culture Mouloud Mammeri organizam no próximo dia 29 em Tizi-Ouzou na Argélia, um simpósio dedicado a Kateb Yacine no 23º aniversário da sua morte. 
"La configuration de l'amour de la Patrie dans l'œuvre de Nedjma" inclui conferências, exposições e leituras da obra de Kateb Yacine e participam, entre outros, Lakroun Mahfoud, Boukhelou Malika, Benachour Bouziane,Yamilé Ghobalou, Betouche Aini e Said Chemakh.


Tudo aqui.

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Já a 4ª Edição do Colóquio Internacional sobre a vida e a obra de Kateb Yacine, (marcada para  o início de Novembro em Guelma, na Argélia) foi adiada por falta de verbas e em sinal de protesto contra as políticas culturais do governo da Algéria.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Boucherie de l'Espérance de Kateb Yacine


Encenação de François Fehner e Nathalie Hauwelle, de 20 a 27 de Outubro, no espaço La Grainerie em Balma, França. Mais informações aqui.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Une œuvre magistrale

"Quand on parle de Kateb Yacine, c’est toujours en tant que romancier et notamment en rapport avec Nedjma. Or Kateb Yacine est une dimension pluridimensionnelle, pas seulement l’homme du roman. Romancier, poète, Kateb Yacine est aussi dramaturge. Ces trois composantes constituent son œuvre. Mais c’est vers le théâtre que Kateb Yacine s’est tourné. (...)"

Yacine Idjer 
(22/10/2012)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Kateb Yacine no Canadá

Conferência sobre Kateb Yacine dia 5 de Novembro na Place des arts (Montreal, Canadá) com as particiações de Nylda Aktouf, Mouloud Belabdi e Faiza Kadri. Mais informações aqui.

domingo, 7 de outubro de 2012

Bilhete de Identidade

"Eu não sou árabe, no meu bilhete de identidade do mundo irreal, sou mulher, e sem ocupação determinada. Tenho quarenta e quatro anos, pareço jovem e portuguesa de nascimento. Mas tive a rara impressão de que isso e tudo
um dia será erguido na minha mão,
ou seja,
meu círculo
ou silêncio luminoso que restar."

Maria Gabriela Llansol
Uma data em cada mão | Livro das Horas I 
(2009) p.146

sábado, 6 de outubro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Kateb Yacine no Théâtre Dijon Bourgogne

Kateb Yacine

Le poète comme boxeur, mise en scène de Kheireddine Lardjam, dia 24 de Novembro, às 17h00. Mais informações aqui.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Asefru

 
   Pierre Bourdieu
Mouloud Mammeri
Mouloud Mammeria - Uma das designações para a poesia no dialeto cabila é asefru (plural: isefra), que provém de fru, elucidar, esclarecer uma coisa obscura (em outros dialetos berberes é um pouco diferente). Parece-me uma acepção antiga. Em latim, poema é carmen, que significava, se não me engano, o sortilégio, a fórmula eficaz, que abre portas. É o mesmo sentido de asefru e, talvez, essa concordância não seja puramente acidental nesses idiomas mediterrânicos, para os quais o verbo é, de início, um instrumento de elucidação, que torna as coisas permeáveis à nossa razão.

Pierre Bourdieu. – Fru também significa selecionar o grão? Seria o poeta, então, aquele que sabe distinguir, tornar distinto, quem, por seu discernimento, opera uma diacrisis, separa coisas ordinariamente confundidas?

M. M. – O poeta é quem elucida coisas obscuras.

Diálogo sobre a poesia oral na Cabília, 
entrevista de Mouloud Mammeri a Pierre Bourdieu, aqui.

Da cultura berbero-árabe

n. 04 (2006), Sumário

"ARGÉLIA tem como língua oficial o árabe mas outras línguas são igualmente faladas, como o berbere e o francês. O berbere é a língua materna de 25 a 35% da população (num total de 33 milhões de habitantes) e foi reconhecido como língua nacional mas «não oficial» desde 2002, aquando da revisão constitucional. A Argélia, enquanto colónia francesa, sofreu uma guerra de independência — obtida em 1962 com os acordos de Evian — a francização do ensino e o consequente desmantelamento do ensino em árabe. Após a independência, o Estado argelino e igualmente o marroquino optaram por uma política de arabização linguística sob o pretexto de regresso à cultura pré-colonial. Essa política pode parecer paradoxal uma vez que o árabe é apenas uma língua de colonização mais antiga desses países, já que os berberes eram os habitantes originais. É a partir de 1980 que a questão da oficialização do berbere se coloca de modo mais premente e aberto. Durante o período colonial, segundo o modelo de Albert Camus, autor francês inspirado pela sua vivência no Magrebe, e de outros escritores da denominada «Escola de Argel» que reunia jovens talentos, vários escritores de cultura berbero-árabe tentaram exprimir-se em francês, língua da qual receberam uma sólida formação escolar. Com efeito, enquanto colonizados foram afastados do árabe clássico, sendo o francês a língua com prestígio e o único meio de promoção social. Além disso, tendo em conta as elevadas taxas de analfabetismo do Magrebe (cerca de 90% em 1960) os escritores viam-se privados do seu público leitor natural e a única alternativa consistia em escreverem para os europeus, aos quais procuraram mostrar as realidades e problemas argelinos.
Por vezes, isso cria algumas animosidades por parte dos seus compatriotas escritores que vêem aí um sinal de submissão ao colonizador.
Devemos ter bem presente o drama linguístico do colonizado: movimenta-se entre duas línguas que não possuem o mesmo estatuto (sendo a língua materna do colonizado a menos valorizada) e que dão acesso a dois universos em conflito: o do colonizador e o do colonizado. (...)"

Ana Cristina Tavares
Babilónia nº4, (2006) pp. 41-53