sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Camus e a Argélia


"My father, like Camus, attended the Lycée Bugeaud, where Jacques Derrida was his classmate (“I always did better than him in philosophy,” my father said), and the Faculté, where he studied law. In 1952, he departed for the United States on a Fulbright Scholarship—the list of French recipients that year shows him to be the lone student from Algeria—and thereafter he would always live in exile, in France, Australia, or North America. But surely he left home without appreciating that it would prove impossible to return. (...)
 Nobody in my family ever spoke about the Algerian War. They told many stories about the 1930s and 1940s, when my father and aunt were children; but of what happened later, they were silent. In 1955, my grandfather took a position in Rabat, Morocco, and my grandparents did not live in Algeria again. In the late 1950s, when the war in Algeria was at its most fevered and vicious, my father was doing graduate work on Turkey at the Center for Middle Eastern Studies at Harvard: after his death, among his papers from that period, I found files of clippings on political upheavals in Egypt, Lebanon, Syria, Pakistan, India, Morocco, Libya, in addition to Turkey—but not one word about his homeland. My father’s lonely tears twenty-five years ago were, as far as I know, his only expression of emotion about what happened. (...)"

Claire Messud
The New York Review of Books | 7 de Novembro de 2013

quinta-feira, 24 de outubro de 2013


5o Colóquio Kateb Yacine em Guelma (Argélia)
Kateb Yacine: Langue(s), Arts et Révolution
de 15 a 18 de janeiro de 2014
Informações aqui


O Colóquio dará início ao Prêmio literário internacional Kateb Yacine da cidade de Guelma. A primeira edição (2014) é dedicada ao romance de língua francesa e concerne textos escritos entre janeiro de 2012 e novembro de 2013. 
Mais informações aqui.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Imigrantes na literatura brasileira


"Um exame de qualquer compêndio de literatura brasileira evidenciará um dado curioso: escasseiam, até a década de 1970, autores cujos sobrenomes não sejam ibéricos (portugueses ou espanhóis) – ou, posto de outra maneira, somente a partir daquela década começam a ganhar visibilidade escritores (poeta ou prosadores) descendentes dos mais de 3,5 milhões de imigrantes que por aqui aportaram entre 1890 e 1930 – basicamente portugueses, espanhóis, italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses e judeus. 
Miseráveis, expulsos de suas nações pela fome, aceitavam propostas, no mais das vezes inverídicas, de ir trabalhar a soldo num lugar desconhecido, com clima, vegetação, língua, costumes e hábitos alimentares totalmente diferentes dos seus. Estas famílias tiveram, portanto, que inicialmente resolver questões básicas de adaptação e sobrevivência: dedicaram-se a garantir moradia, comida e vestimenta para os filhos, proporcionando a eles, a primeira geração nascida no Brasil, condições um pouco mais dignas de vida. (...)"
(...) Os sírios e libaneses não vieram para o Brasil expulsos pela fome, mas sim, em sua grande maioria, perseguidos pelo Império Otomano, por razões de crença religiosa, já que eram cristãos vivendo em território muçulmano. (...)
Luiz Ruffato 
Africa 21, outubro 2013, via Buala, aqui.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Sou um poeta

"Sou um poeta. Trata-se de uma inclinação irredutível e natural para a poesia, que me domina desde a tenra idade. Reconheço que existem pessoas que não colocam a poesia no centro de suas preocupações em matéria de literatura. Mas, para mim, não há dúvida, tudo começa pela poesia." 

Kateb Yacine 
France Observateur, citado por Jacqueline Arnaud em: Recherches sur la littérature maghrébine d’ expression française, le Cas de Kateb Yacine, Paris, L’Harmattan, 1982, publicado em 1984.
Trad. livre de Melissa Scanhola