terça-feira, 28 de maio de 2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Albert Camus e a guerra de independência

No contexto da Guerra da Argélia (1954-1962), Albert Camus foi um dos escritores mais criticados pelos próprios compatriotas. Filho de pieds-noirs, foi condescendente com uma Argélia francesa pelo fim da guerra de independência. Essa posição contraria a Frente de Libertação Nacional (FLN), que àquela altura reivindicava uma Argélia árabe-muçulmana, assim como faziam muitos escritores magrebinos engajados na luta pela independência. Também foi mal-interpretado ao declarar a seguinte frase : “acredito na justiça, mas prefiro minha mãe à justiça”, protestando contra o radicalismo de grupos guerrilheiros e a onda de terrorismo que assolava as ruas de Argel. 
Kateb Yacine criticou a posição atenuada de Camus frente à situação da nação argelina e as injustiças na colônia. Quando Camus é premiado com o Nobel de Literatura (1957), recebe uma carta de Kateb.

sábado, 4 de maio de 2013

Algerian Chronicles

Algerian Chronicles, de Albert Camus, Introd. de Alice Kaplan
e tradução de Arthur Goldhammer
Harvard University Press (2013)
Mais de 50 anos depois da independência da Argélia são agora publicadas em inglês as crónicas de Albert Camus escritas durante o período colonial. Ao contrário de Kateb Yacine, Camus não apoiou a independência da Argélia. Tornaram-se "irmãos inimigos".

"Algerian authors and friends, such as Mouloud Feraoun (1913-'62) and Kateb Yacine (1929-'89), criticized Camus for his paternal social depiction of the colonized (notably his failure to recognize or include them adequately and accurately in his writing), as well as his inability to fully comprehend their insistent political aspirations. Yet, situated in particularly difficult and demanding historical and personal conditions, Camus found himself isolated and alienated by colonialists and by the colonized. (...)"
Alice Kaplan
(da introdução)