quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Homens cujo sangue

"Homens cujo sangue transborda e ameaça arrastar-nos com a sua existência acabada, tal como batéis desamparados, exactamente capazes de flutuar nos locais do afogamento, sem poderem afundar-se com os seus ocupantes; são almas de antepassados que nos ocupam, substituindo o seu drama eternizado pela nossa juvenil esperança, pela nossa paciência de órfãos amarrados à sua sombra cada vez mais pálida, essa sombra que é impossível beber ou desenraizar (...).”

Kateb Yacine
Nedjma (Tricontinental Editora, 1987)