Toda a literatura de Kateb Yacine é um combate
pela dignidade, é nisso que residem a poesia e a beleza de seus textos. A
literatura deve transmitir o sofrimento tal qual é... Kateb tem essa capacidade
de nos remeter a nossa própria dignidade. Tomei distância em relação a tudo o
que li dele e o abordei a partir do pensamento de Lao Tseu, cujo princípio
é a alternância entre os contrários (...) Sua poesia contém a música e o
silêncio. Fiz também um paralelo entre ele e o poeta libanês Salah Stétié
(também nascido em 1929), que escreveu em francês e viveu a mesma revolta, o
mesmo dilaceramento em relação à língua. Tentei compreender a tentativa de
Kateb manter um equilíbrio entre o amor e o ódio, a aproximação e a
distância...ele soube regular a relação entre as antinomias. Através desse jogo
de alternância, Kateb soube elevar Nedjma e a Argélia ao nível cósmico, conduzindo à ideia de escrita universal.
Entrevista com Dima Hamdane,
intelectual e pesquisadora libanesa
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