quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"100 ans de théâtre algérien", de Mohammed Kali


Nessa obra, articulada em três partes (O teatro na Argélia, o teatro argelino, o teatro pós-independência), Mohammed Kali propõe uma nova interpretação da história da quarta arte na Argélia, profundamente marcada pelo contexto e pelas diferentes mutações da sociedade. O autor se mostra sem concessões e relativiza, ou melhor, coloca em questão certas abordagens e teorias ligadas à prática teatral argelina, especialmente a contribuição dita “fecunda” do Maxerreque no início do século XX. (...) Na terceira parte da obra, consagrada ao teatro pós-independência, Mohammed Kali evoca o chamado "teatro das certezas", relativo aos primeiros anos de independência, e ao teatro de Mustapha Kateb. Relembra as experiências de Abdelkader Ould Abderrahmane, conhecido por Kaki, e de Abdelkader Alloula juntamente com El-Halqa e o “teatro identitário”, abordando o caso de Kadour Naïmi. Precisamente nesse capítulo o autor tenta reconsiderar a questão em torno de Kadour Naïmi, explicando claramente que suas divergências com Kateb Yacine eram, sobretudo, de ordem ideológica, e talvez aí se encontre a raiz do problema. O problema do teatro argelino parece residir no fato de que ele foi, desde sua criação, uma aposta. Aliás, até a problemática da língua – hoje muito menos importante, mesmo sendo utilizada de todas as formas durante os debates após as apresentações, especialmente nos festivais - foi uma aposta política nas décadas anteriores. Todos esses fatores nos levam a concluir que a subversão do teatro – uma arte viva, pois evolui - e seu impacto sobre os espectadores fazem com que a prática teatral evolua de acordo com o contexto histórico. 
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