Nessa obra, articulada em três partes (O teatro na Argélia, o teatro argelino, o teatro
pós-independência), Mohammed Kali propõe uma nova interpretação da história da
quarta arte na Argélia, profundamente marcada pelo contexto e pelas diferentes
mutações da sociedade. O autor se mostra sem concessões e relativiza, ou
melhor, coloca em questão certas abordagens e teorias ligadas à prática teatral
argelina, especialmente a contribuição dita “fecunda” do Maxerreque no início
do século XX. (...) Na terceira parte da obra,
consagrada ao teatro pós-independência, Mohammed Kali evoca o chamado "teatro
das certezas", relativo aos primeiros anos de independência, e ao teatro de
Mustapha Kateb. Relembra as experiências de Abdelkader Ould Abderrahmane, conhecido
por Kaki, e de Abdelkader Alloula juntamente com El-Halqa e o “teatro
identitário”, abordando o caso de Kadour Naïmi. Precisamente nesse capítulo o
autor tenta reconsiderar a questão em torno de Kadour Naïmi, explicando
claramente que suas divergências com Kateb Yacine eram, sobretudo, de ordem
ideológica, e talvez aí se encontre a raiz do problema. O problema do teatro
argelino parece residir no fato de que ele foi, desde sua criação, uma aposta.
Aliás, até a problemática da língua – hoje muito menos importante, mesmo sendo utilizada
de todas as formas durante os debates após as apresentações, especialmente nos
festivais - foi uma aposta política nas décadas anteriores. Todos esses fatores
nos levam a concluir que a subversão do teatro – uma arte viva, pois evolui - e
seu impacto sobre os espectadores fazem com que a prática teatral evolua de
acordo com o contexto histórico.
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