"Desde a primeira tentativa de publicação, já se viam a particularidade e a originalidade
da obra, muitas vezes não compreendidas pelo mercado editorial. Quando a apresentou para a
editora Seuil, Kateb Yacine não imaginava ter que reduzi-la a 256 páginas, pois as 400
escritas inicialmente não condiziam com as normas impostas pelas editoras na época. Em
1956, Nedjma é publicado; extratos do manuscrito original são editados em Le polygone
étoilé, dez anos mais tarde.
Nota-se a curiosa disposição dos capítulos no primeiro romance: dividido em quatro
partes de doze capítulos, há duplicação de mais doze capítulos nas terceira, quarta e sexta
partes, composição que auxilia na quebra da linearidade narrativa e favorece os circunlóquios
dos narradores. Muitas vezes, o enredo se apropria de acontecimentos que marcaram a história
do país e a vida do autor, dando margem à voz de Kateb nas brechas narrativas dos
protagonistas. (...)"
Melissa Quirino Scanhola
"A tessitura da nação argelina em Nedjma, de Kateb Yacine"
USP | Área de Estudos Linguísticos, Literários e Tradutológicos em Francês (2013), p.60